Israel, Líbano e Hezbollah vivem em tensão há quase 50 anos; veja histórico de conflitos
Confronto entre Israel e o Hezbollah se arrasta há 46 anos, marcado por invasões, guerras e um crescente apoio iraniano ao grupo. Entenda o histórico de conflitos entre Israel e Hezbollah nas últimas décadas
Com algumas pausas ao longo dos anos, Israel e o grupo extremista Hezbollah vivem em tensão há 46 anos. Nas últimas décadas, o Líbano enfrentou uma série de conflitos importantes, incluindo a guerra civil entre 1975 e 1990, e as invasões israelenses de 1978 e 1982.
Fundado em 82, o Hezbollah se opôs fortemente à ocupação israelense no sul do Líbano. Desde então, o grupo conta com o apoio do Irã e vem entrando em conflitos com o país de Benjamin Netanyahu.
Nesta terça-feira (1º), Israel lançou uma operação terrestre "limitada" contra alvos específicos do Hezbollah, no sul do Líbano. A ação conta com tropas do Exército por terra, além do apoio da Força Aérea com aeronaves pelo ar.
Confira abaixo as principais crises envolvendo Israel, Líbano e o Hezbollah:
1978: Tropas israelenses invadiram o sul do Líbano em resposta ao sequestro de um ônibus realizado pela Frente Popular para a Libertação da Palestina, que resultou na morte de mais de 30 civis israelenses.
1982: Israel realizou uma nova invasão em larga escala, avançando até a capital, Beirute. O conflito foi desencadeado após a tentativa de assassinato de um embaixador israelense no Reino Unido. Nesse mesmo ano, o Hezbollah foi fundado com apoio financeiro e militar do Irã.
1985: Alguns anos depois, Israel se retirou da maior parte do Líbano, mas manteve uma "zona de segurança" próxima à fronteira no sul do país. A retirada total das tropas só ocorreu cinco anos depois, em 2000. Durante esse período, o Hezbollah se fortaleceu militar e politicamente.
2006: Ocorre uma nova escalada do conflito entre Israel e Hezbollah. O grupo extremista invadiu Israel e sequestrou dois militares. A tensão durou cerca de um mês, encerrando-se após negociações mediadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) que resultaram em um cessar-fogo.
Atual conflito
O Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza.
Nos últimos meses, foi observado um aumento de tensões envolvendo Israel e Hezbollah. Um comandante do grupo foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Nas últimas semanas, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando "uma nova fase na guerra".
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute.
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